Me abro, me entrego, me leva... me dôo sempre pra tudo que me tem valor, pra tudo que me convém, pra tudo que me comove... me abro demais, me escancaro e me demonstro, me mostro fraca, me mostro forte, me mostro sensível e delicada, me conto... me escuta... me preencho e me transbordo, me navego à deriva, me emociono e choro, me alegro e sorrio... me entenda, nada é tão simples quanto aparento, nem mesmo tão complicado, só me dedico ao que me detém, só detenho aquilo que posso... minha posse é pouco, meu poço é raso... e se me rasgo é pela pressa de me mostrar inteira... intensa... e se me grito é pela vontade de fazer ouvido, é meu sussurro, é meu gemido... me abraça, me cheira e me sente, sinto vontades o tempo todo, me sinto a vontade todo tempo... e o meu tempo é curto... e meus sonhos e meus surtos... e me faço insatisfeita, incapaz e perfeita... e me seguro e te asseguro que não vou, que não me partirei jamais... e me parto, me reparto e me entrego inteira... meu pedaço, minha metade, minha verdade é minha parceira... e me sinto e se paro penso "onde cabe tudo isso?"... não tenho nunca a intenção, é tenso, penso, dispenso, relevo, levo comigo intensidade, alegria, saudade e lamento... me encontro e me perco!
"E AO AMANHÃ A GENTE NÃO DIZ
E AO CORAÇÃO QUE TEIMA EM BATER
AVISA QUE É DE SE ENTREGAR O VIVER"
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