30 de jun. de 2009

Intensidade, intenção, tensão

Me abro, me entrego, me leva... me dôo sempre pra tudo que me tem valor, pra tudo que me convém, pra tudo que me comove... me abro demais, me escancaro e me demonstro, me mostro fraca, me mostro forte, me mostro sensível e delicada, me conto... me escuta... me preencho e me transbordo, me navego à deriva, me emociono e choro, me alegro e sorrio... me entenda, nada é tão simples quanto aparento, nem mesmo tão complicado, só me dedico ao que me detém, só detenho aquilo que posso... minha posse é pouco, meu poço é raso... e se me rasgo é pela pressa de me mostrar inteira... intensa... e se me grito é pela vontade de fazer ouvido, é meu sussurro, é meu gemido... me abraça, me cheira e me sente, sinto vontades o tempo todo, me sinto a vontade todo tempo... e o meu tempo é curto... e meus sonhos e meus surtos... e me faço insatisfeita, incapaz e perfeita... e me seguro e te asseguro que não vou, que não me partirei jamais... e me parto, me reparto e me entrego inteira... meu pedaço, minha metade, minha verdade é minha parceira... e me sinto e se paro penso "onde cabe tudo isso?"... não tenho nunca a intenção, é tenso, penso, dispenso, relevo, levo comigo intensidade, alegria, saudade e lamento... me encontro e me perco!

"E AO AMANHÃ A GENTE NÃO DIZ
E AO CORAÇÃO QUE TEIMA EM BATER
AVISA QUE É DE SE ENTREGAR O VIVER"

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